sábado, 23 de abril de 2016

"O mundo é dividido entre homens com inteligencia e sem religião, e homens com religião e sem inteligencia" - Averróis.

Boa noite amores ^^
Não me esqueci de vocês e nem do blog :p

Assunto de hoje é filosofia, bem curtinha, ainda na Filosofia Medieval conhecendo Averróis.

 Como Avicena, buscou formas de conciliar o Islã com a obra de Aristóteles, cujos pensamentos eram considerados hereges no mundo muçulmano. Natural do califado Almóada, onde hoje está a Espanha, Averróis tinha entre seus leitores o próprio califa, Abu Ya'qub Yusuf. Com as costas quentes, o filósofo conseguiu relativa proteção para formular seus ideias. Para ele, o Alcorão só deveria ser livro de maneira literal pelos homens incultos - a elite esclarecida precisava entender que o livro sagrado não passava de uma versão poética da realidade. As ideias de Averróis levavam á conclusão de que as indagações filosóficas e a religião podiam caminhar juntas: se a leitura mais óbvio de um trecho do Alcorão entrasse em conflito com a leitura oculta (feita em geral pelos filósofos), aquele preceito não deveria ser seguido ao pé da letra, mas interpretado como uma mera parábola.

Fonte: A Incoerência da Incoerência, Revista: Super Interessante.


Interessante esse pensamento ... 
deixo para os leitores á conclusão..
:**

terça-feira, 19 de abril de 2016

Fiódor Dostoiévski - biografia


 


Bom dia meus amores *-*

Ah! Faz um tempinho que queria postar essa biografia aqui no blog e hoje é dia certo ...
Confesso que conheci esse escritor da trilogia de Gabriel (maravilhoso), em que foi citado o livro "Os irmãos Karamazov"

Estou lendo esse livro, é de uma linguagem "difícil", porém não impossível compreender e confesso que estou me encantando com livros com esse tipo de linguagem ... o conhecimento se torna prazeroso.

Mas, vamos falar um pouco desse escritor russo. :p

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nasceu:1821
morreu:1881 - 59 anos

Fiódor Miklailovich Dostoiévski, foi um escritor russo e considerado um dos maiores romancistas da história e um dos mais inovadores artista de todos os tempos. Seus livros exploram a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de estados patológicos que levam ao suicídio, á loucura e homicídio. "Romances de ideias", assim são chamados seus escritores. Não podendo esquecer que ele usa muito teologia. Portanto, se você sabe um pouco das passagens bíblicas não terá dificuldade alguma em ler... :))
 Em 1844, dedicou-se á escrita de corpo e alma. Nesse mesmo ano, deixou o exército e escreveu sua primeira obra, Gente Pobre, obra essa que iria fornecer-lhe êxitos da critica literária, cujo o mais influente e crítico da literatura russa Bielinski, o fez acredita que Dostoiévski "a mais nova revelação do cenário literário russo".

 Recordações da Casa dos Mortos - é descrita a sua passagem e visão de quando foi preso na Sibéria por ter participado de um grupo intelectual revolucionário, sob acusação de conspirar contra o Nicolau I da Rússia. E Fiódor não foi exilado (enforcado), por conta de uma carta que que Czar enviou dizendo que sua pena seria trabalhos forçados e exílio.

Admiro muito nós escritores, por sempre fazermos nossos personagens no modelo de um conhecido nosso, até mesmo de "filho, esposo, esposa, irmão" incrível e com Fiódor não é diferentes .... 

Em 1854 foi solto e condenado á quatro anos de serviço no Sétimo Batalhão. Em 1857 se casou com a viúva de seu conhecido e  Fiódor sofria de epilepsia e na noite de nupcias sofreu uma violenta crise de epilepsia.
E Maria Dmitriévna Issáieva, sua esposa e que já tinha um filho de oito anos, ela tinha tuberculose e ela serviu de modelo para Katerina Marmeladova, em Crime e Castigo.

E se eu não em engano em Os Irmão Karamazov á mãe de Alexi e Ivan, sofria de epilepsia e morreu.

Fiódor deixou um legado de influencias na literatura Russa, mas seu reconhecimento definitivo como escritor universal surgiu após os anos 1860, com a publicação dos grandes romances - O Idiota, Crime e Castigo e o ultimo - Os Irmãos Karamazov, que considerado por Freud como o maior romance já escrito.

Publicou também contos e novelas, criou duas revistas literárias e ainda colaborou nos principais órgãos da imprensa russa.


Algumas obras:

  





Entre outras ... 
  Resumi bastante a história de Fiódor, apenas um destaque de suas obras e uma breve passagem de quem ele foi ... espero que gostem e apreciem .... Até a próxima
                                                      :**


em breve algumas cenas dos Irmãos Karamazov :p

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Um caminho perigoso - cena

Boa noite amores \o/
Quase uma semana sem postar nada no blog :/ ... semana que vem voltarei na ativa novamente rsrs
E faz um bocadinho de tempo que não posto nenhuma cena HOT aqui néh ... então hoje vamos de uma cena linda e HOT de um livro que eu já postei a sinopse aqui no blog ....

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Um caminho perigoso - cena épica de um livro épico e delicioso

[...] Uma mão grande estava sob seu maxilar, abrindo-a para ele, acariciando-lhe o pescoço, enquanto a língua sensual tomava a sua, com ritmo e profundidade, repetidamente.
 Ele estava lá. Não a deixaria. Dru sentira tanto medo de que nunca mais o visse. Com alívio, permitiu que ele a conduzisse na arte do beijo.
 Mas parecia que o beijo não era o bastante. A mão dele abaixou, descendo entre o corpo de ambos, abrindo a frente do vestido dela e deslizando para dentro do tecido. Quando dedos hábeis roçaram seus mamilos, onde os bicos se sobressaíam sob a renda que os continham, Dru deu um pequeno grito de choque, e Hendricks afastou-se para lhe fitar os olhos.
 -Agora você pretende ser a senhorita recatada novamente? Como senão tivesse ideia do que fazer com um homem com esses seus grandes olhos castanhos e corpo delicioso? Seus truques não irão funcionar mais comigo. (Homem enlouquecido por um mulher, totalmente perdido *O*)
 -O que eu faço? - ela não estava fazendo nada. Era ele quem a estava enlouquecendo. Os dedos dele que estavam passeando ao longo de sua pele, atormentando-a e traçando-lhes os mamilos através do tecido de sua combinação. E agora estava desamarrando a fita no seu pescoço, até que esta desceu para expô-lo. Dru sentiu frio e calor ao mesmo tempo. Seus joelhos estavam tremendo quando ele impulsionou-a, de modo que ela se sentasse sobre o colchão. Em seguida, John removeu a própria camisa pela cabeça e inclinou-se sobre ela, segurando-lhe a nuca para pressionar o rosto dela contra a pele desnuda dele, até que Dru pudesse sentir um dos pequenos mamilos masculinos contra seus lábios fechados.
 [...]
-Talvez voce tenha considerado uma grande aventura romântica me controlar enquanto corria para encontrar seu amado. Mas, ora, Dru, um homem só pode aguentar até certo limite. E eu aguentei tudo o que podia, e mais. - Então ele a estava empurrando sobre as costas, posicionando-a mais no centro da cama e cobrindo-a com seu corpo grande, tomando-lhe a boca com investidas profundas da língua, enquanto as mãos desamarravam seu espartilho e desciam sua combinação até a cintura, de modo que ele pudesse segurar seus seios desnudos nas palmas.
 [...]
Seus seios pareciam tão inchados que quase doíam. Entretanto, ele continuava tocando-os e abaixando o rosto devagar como se pretendesse beijá-los.
 - Por favor - suplicou ela.
 E Hendricks riu. Tomou-os na boca, um de cada vez, provocando-os para lhe dar alívio. Dru relaxou contra os travesseiros, deixando-o tomar o que ele quisesse. Mas parecia que aquela era a calmaria antes da tempestade. A tensão estava crescendo em seu interior, como tinha acontecido no campo de feno.
 - Agora eu tomarei a unica coisa que realmente quero de você como pagamento por esta viagem. Abra minha calça, lady Drusilla. Você sabe muito bem como se faz isso.
 E ela quase obdceu sem pensar, antes que a sanidade retornasse.
 - Eu não devo.
 Ele pegou-lhe a mão, acariciando-a de leve com os dedos, e murmurou:
 - Eu não pretendo lhe dar uma escolha - então John inclinou-se para trilhar beijos pelo peito dela, antes de acomodar-se num dos seios novamente.

Preliminares primeiro néh queridos
srrsrssr 


Uma das mãos grandes estava em sua saia agora, levantando a bainha, até que Dru estivesse deitada, exposta ao olhar dele. John a olhava fixamente, as pálpebras baixas, a expressão intensa. E então traçou um dedo ao longo da meia de nylon, subindo-o e acomodando-se no lugar onde ele a tocara quando eles haviam parado para descansar.
 [...] Agora os dedos habilidosos tinham a liberdade de passear pelas partes mais sensíveis de seu corpo, as quais estavam úmidas e inchadas. E, de súbito, eles a penetraram, e o choque daquilo quase a fez levantar da cama.
 Dru se contorceu por um momento, incerta do que estava acontecendo. Mas Hendricks prendeu-a com seu olhar e aprofundou mais os dedos, fazendo movimentos rápidos dentro do seu corpo.
 [...]
 -Agora faça como eu pedi. - E John pegou-lhe as mãos e apertou-as em encorajamento, antes de levá-las ao cós de sua calça.
 com um tremor de excitação reprimida, Dru abriu os botões até que a parte frontal da calça fosse baixada. Depois ele pressionou a masculinidade contra sua palma e inclinou-se para frente, a fim de dar beijos ávidos em seu pescoço, como se quisesse devorá-la. Estava se esfregando gentilmente contra os dedos dela e parecia crescer e enrijecer com cada toque. Ela não esperava que a virilidade fosse assim... quente, pesada e viva.
 [...] E ele devia saber que ela estava pronta, pois se afastou e levantou-se de modo que pudesse remover suas botas e sua calça e tirá-la do caminho. Ficou de pé acima dela por um momento, nu e magnífico, olhando-a, seminua entre os lençóis emaranhados, como se ela lhe pertencesse, corpo e alma.
 Então as mãos de Hendricks estavam em seus tornozelos. abrindo-lhe as pernas ainda mais. Deitou-se em cima dela cobrindo-lhe o corpo com seu peso, e então estava em seu interior. E houve uma investida brusca. E dor. E John sussurrou: - E agora você é minha.
 Eu sou sua. Qualquer coisa que lhe acontecesse, não importava mais. Naquele instante, Drusilla pertencia a alguém, e então sentiu-se mais segura do que já se sentira na vida.
 Ele estava deitado muito imóvel sobre seu corpo, e ela imaginou se aquilo era tudo. Tinha perdido sua virgindade. E não doera tanto quanto havia esperado. Também não lhe causara o prazer esperado, comparado ao que viera antes. Mas a dor estava diminuindo, e os lábios de Hendricks estavam no seu ombro, roçando-lhe a pele gentilmente, como se para acalmá-la.
[...]
 -Ah, John - gemeu, pois ele estava roçando de maneira incessante contra o lugar mais sensível de seu corpo, e tudo estava começando outra vez.
 Dru estendeu os braços para tocá-lo, pondo as mãos sobre os ombros largos, tentando permanecer firme. A pele dele estava quente e suave, e ela parecia não conseguir parar de tocá-lo, dps q começou, deslizando as maos para as costas largas e descendo-as para o traseiro firme de John, para encontrar os músculos rijos que impulsionavam as investidas dele.
 Em resposta, ele mordeu seu ombro, apenas com força suficiente para faze-la arquear as costas e gemer. E quando Dru ergueu os quadris para encontrá-lo, John investiu ainda mais fortemente, segurando-a, apertando-a por trás e prendendo-a contra si.
[...]
 -John - murmurou ela. E então mais uma vez - John, -  que ele estava fazendo era delicioso e ainda melhor quando Dru comprimiu os músculos de seu corpo e falou o nome. Com cada onda de desejo, sentia seu controle escorregando mais um pouco, e a loucura que  experimentara antes estava começando a consumi-la novamente.

[...]
Foquei no lado mais romântico e lindo da cena ... 
percebem que uma escrita épica (medieval) as cenas picantes são descritas em palavras "chiques" (rssr esqueci o nome certo), deixando aquela imaginação medieval como vemos em filmes ... 
É perfeitos cenas quentes e medievais ... o proibido é mais atraente :p

Amores até a próxima e boa leitura :**

segunda-feira, 11 de abril de 2016

"Um homem torna-se uma pessoa graças ao intelecto" - Al-Farabi / "É preferível uma vida curta e larga do que uma vida longa e estreita" - Avicena

Bom dia pessoas ^^
Cheguei mais cedo hoje no blog e acredito que essa será a unica postagem da semana :'^

Antes de postar sobre esses dois filósofos da época medieval, vou falar o seguinte: Eu não sou religiosa, não sigo igreja alguma, mas eu também não sou atéia, gosto muito de filosofia e filosofia não faz ninguém ateu ou atéia, ok? E comentários indecentes a respeito desse assunto, será removido sim, pois se não gosta de filosofia, fique na sua.

Como sabemos, na filosofia uma coisa puxa a outra não tem como falar sobre os filósofos conhecidos e esquecer daqueles que também deixaram sua marca na filosofia.

 Um homem torna-se uma pessoa graças ao intelecto

Al-Farabi - pouco se sabe sobre sua vida, que, embora tenha escrito muito, abusou da modéstia ao fugir do registro da própria biografia. Al-Farabi foi um dos fundadores do movimento filosófico muçulmano na Idade Média, ele seria chamado por seus contemporâneos de o Segundo Professor - como herdeiro de Aristóteles, que seria o primeiro. 
 Al-Farabi marcou um novo passo na filosofia de seu tempo precisamente por ter recuperado as obras dos gregos clássicos, discutindo tanto os textos de Aristóteles quanto os de Platão, que haviam caído no esquecimento da Europa medieval. 

Fonte: Al-Madila Al-Fadila - A cidade Virtuosa, Revista - Super interessante.



É preferível uma vida curta e larga do que uma vida longe e estreita

Avicena - dedicado á lógica e á medicina, assessorou muitos príncipes persas, tanto para curar doenças quanto para dar conselhos. Embora se considerasse seguidor de Aristóteles, afastou-se dele a respeito da ideia aristotélica de que mente e corpo compõem uma coisa só. Avicena promoveu o pensamento dualista - a ideia recorrente de que a mente, ou alma, seria distinta do corpo. Ou seja, a alma permanece mesmo quando o corpo morre, algo que tentou explicar na parábola do "homem voador": se eu ficasse flutuando sem tocar nem ver coisa alguma, poderia não saber que tenho um corpo, mas ainda assim saberia que existo. Quase 600 anos depois, Descartes recuperaria a ideia de que nossa existência é garantida pela consciência - ou para o francês: "Penso, logo existo".

Fonte: 1027 O livro da Cura, Revista - Super interessante.



Deixo os pensamentos que surgiram é respeito de voces ...
:**

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Felicidade Clandestina - Clarice Lispector

Boa tarde gente animada e rica *-*

Fazia tempo que não lia nada da escritora Clarice e como toda blogueira é assim: leu e compartilha, aqui estou eu compartilhando com vocês o que eu li ontem e confesso ter achado lindoooo ....

Felicidade Clandestina

 Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. 
 Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”. 
 Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.
 Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho , de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. 
 Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. 
No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. 
 Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo. 
 E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.
Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados. 
Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de  sua casa. Pediu explicações a nós duas. houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler! 
 E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser”. Entendem? Valia mais do que me dar o livro: “pelo tempo que eu quisesse” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.
 Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo. 
 Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre ia ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada. 
 Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo. 
Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante. 

Sempre que possível compartilharei com vocês os poemas e contos ... 
amor por literatura eu tenho :))

:**

sábado, 2 de abril de 2016

Amo o pecador, mas odeio o pecado - Santo Agostinho

Bom dia meus amores *-*
Cheguei cedo hoje srrs

Continuando nosso assunto favorito "Filosofia".
Já iniciamos á Filosofia Medieval, na qual a razão e a fé estão querendo se equilibrar.
Conhecendo um filósofo dessa Era....

Santo Agostinho
Agostinho concebeu um Deus perfeito, eterno e intocável, interpretação que pautou o cristianismo dali em diante.

Nascido numa cidade pertencente hoje a Argélia, na época parte do Império Romano. Até os 32 anos de idade, Agostinho tinha uma vida de esbanjamento e luxúria. embora admirasse os ermitões que iam estudar as leis de Deus, ele só foi se converter no ano de 386, quando lecionava em Milão. 
 Ambrósio, bispo da cidade, o futuro santo teve uma revelação espiritual depois de ler um relato da vida de Santo Antão do Deserto. Antão era filho de ricos proprietários de terras e, como Agostinho, vivera seus primeiros anos de modo confortável e perdulário, mas quando perdeu seus pais, decidiu doar tudo aos pobres e foi peregrinar pelo deserto, exemplo de Jesus Cristo. (Interessante).
 Agostinho ficou tão tocada com esse relato que decidiu entrar na Igreja e regressar a África, onde pouco depois virou padre.

 Na filosofia, ele recuperou os pensamentos de Platão para conceber a ideia de um Deus que pertencia a uma realidade perfeita, atemporal e imaterial. Se hoje essa interpretação parece um tanto óbvia, certamente não era na época: o cristianismo era uma religião nova, que concorria com outras fés e ainda não havia afirmado as bases de sua doutrina, incluindo uma interpretação sobre Deus.
 Antes de filiar á Igreja, Agostinho foi seguidor da religião maniqueísta, que via o bem e o mal como duas forças que regiam o Universo. Influenciado por seu passado, tentou explicar a existência do mal em um mundo regido por um Deus bom e onipresente.

 A Igreja via o homem como marionete de Deus, o que não explicava por que optamos por coisas erradas se estamos destinados a fazer tudo o que Ele quer. Agostinho inovou ao propor que Deus foi bondoso ao dar ao homem a escolha entre o bem e o mal. Assim, os homens bons podem se separar dos outros e merecer a felicidade eterna.

 Agostinho morreu em 430, quando Hipona estava sitiada pelos vândalos. Eles conseguiram cruzar as muralhas após seu falecimento incendiaram quase tudo - menos a catedral e a biblioteca deixadas por Agostinho.

Fonte: Confissões, Revista - Super Interessante.



Como sempre a Filosofia vem nos surpreendendo e cada filósofo nos deixar com gostinho de quero mais. ^^


Até ó próximo :**



A Transformação de Raven - Livro

Boa noite pessoal ^-^ Saudades de escrever no blog *o* Assim como a Trilogia de Gabriel teve uma postagem, essa Trilogia também terá. Do...