Sabadão de calor insuportável ... nada melhor que poesia, musica e café para animar nosso espirito...
É a primeira vez que posto aqui no blog algumas poesias de Augusto dos Anjos - poeta brasileiro - paraibano.
Lhes apresento dois poemas:
A Esperança
A Esperança ela não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença,
Vão-se os sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
Mocidade, portanto, erga o teu grito
Sirva-te a Crença do fanal bendito,
Salva-te a glória no futuro -- avança!
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar, descansa!
Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te á lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Poesias me encantam de uma maneira que não explicar :))
:**
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