terça-feira, 11 de agosto de 2015

Ouro Preto

Boa Noite pessoal ....

Vamos de poesia brasileira?


Ouro branco! Ouro preto! Ouro podre! De cada
Ribeirão trepidante e de cada recosto
De montanha o metal rolou na cascalhada
Para o fausto d'El-Rei, para a glória do imposto.

Que resta do esplendor de outrora? Quase nada:
Pedras... templos que são fantasmas ao sol-posto.
Esta agencia postal era a Casa de Entrada...
Este escombro foi um solar... Cinza e desgosto!

O bandeirante decaiu - é funcionário.
Último sabedor da cronica estupenda,
Chico Diogo escarnece o último visionário.

E avulta apenas, quando a noite de mansinho
Vem, na pedra-sabão lavrada como renda,
- Sombra descomunal, a mão do Aleijadinho!

(Manuel Bandeira)


Glossário:

avulta: cresce, aumenta
escarnece: zomba, debocha
escombro: ruína
estupenda: admirável, extraordinária
fausto: luxo, pompa, ostentação
trepidante: que treme

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