domingo, 18 de outubro de 2015

Conto \♥/

Boa Noite amores....
Oooh faz tempinho que não posto Contos dos amigos aqui no face :), mas hoje é dia ee.ee
Vamos de um romance hoje :p

O conto de hoje é de Ingrid Amanda

O Grande Dia

— E então, o que você diz?
***
Olho o relógio pela milésima vez só para constar que não se passou muito tempo desde a última vez. Viro-me na cama vazia. São quatro da manhã e eu ainda não preguei os olhos e nem me acostumei com aquela solidão toda ecoando silenciosamente no apartamento. Levantei sem motivo e olhei o que tinha restado ali. Os poucos móveis já estavam organizados assim como as minhas malas, tudo pronto para a mudança que aconteceria dali a alguns dias. Peguei o celular e olhei para nossa foto.
Senti saudades dele. E quem era ele? Bom, no começo, ele, Alexei, era professor na academia que eu comecei a frequentar depois de tantas idas e vindas com a minha insônia. Ia me cansar um pouco, mas poderia resolver o meu problema, mesmo que não fosse fã de halteres e espelhos, e assim que cheguei lá estava ele: forte e não muito alto; a pele bem clara e o cabelo loiro grande o bastante para cair na testa e olhos muito pretos, que só se revelavam castanhos quando o sol do fim da tarde iluminava o salão através da janela panorâmica. Ele sorriu pra mim e foi simpático, mas até aí normal, esse era o trabalho dele.
Enquanto eu fazia minhas séries de exercícios eu o observava ajudar os outros alunos (e alunas, claro) e o imaginava como ele se sairia atuando em um palco, se movimentando através do jogo de luzes e dizendo as palavras certas dos discursos decorados como eu mesma fazia. Ser atriz era mais do que um trabalho para mim, era uma paixão profunda misturada com uma fantasia utópica de um mundo perfeito, mas, com relação a ele, nunca imaginei mais do que isso, afinal esse era o meu trabalho.
Mas tudo começou a mudar nos últimos dias de maio. Nossa amizade se restringia às salas da academia, onde conversávamos sobre um pouco de tudo, desde os exercícios (quando faltava assunto) até comidas preferidas e pequenos segredos confessáveis, onde eu pude conhecê-lo melhor. Foi por isso que não estranhei quando ele chamou meu nome pouco antes de eu ir embora.
— O que foi? — perguntei sorrindo.
— É que eu pensei, sei lá, de a gente sair qualquer dia desses pra comer alguma coisa e conversar um pouco fora daqui.
Minha expressão com certeza denunciava toda a surpresa que eu estava sentindo naquele momento. Nunca, em hipótese alguma, eu havia sonhado que ele me faria um convite. Sempre imaginei que não fosse o tipo de garota que ele gostasse, já que eu não fazia parte desse “mundo fitness” a que ele pertencia. Não que eu fosse gorda ou algo do tipo, mas jamais me encaixaria no perfil de ratas de academia. Por alguns segundos foi só isso que consegui pensar.
— Bom, tudo bem — respondi tentando pensar em mais palavras. — Você já tem alguma ideia em mente?
— Pensei num japonês. Posso passar na sua casa na sexta, às oito, se você não se incomodar.
— Não, tudo bem, tudo bem — eu estava me sentindo um pouco eufórica naquela altura. — Você tem um papel pra eu anotar meu telefone?
Alexei deu a volta no balcão e me entregou uma folha em branco em que eu rabisquei meu celular rapidamente enquanto ele me observava. Acenei antes de sair, quase tropeçando no degrau da entrada, ainda sem acreditar que aquilo tinha acontecido.
Sei que é clichê, mas depois que saímos juntos, minha vida mudou. O jantar foi super divertido e era engraçado nos vermos fora da academia, com liberdade o suficiente para que ele me beijasse no carro antes que eu descesse na frente do meu prédio. Em poucas semanas já estávamos namorando sério, comigo tendo que me controlar para não sorrir demais ou ficar melosa quando eu ia fazer meus exercícios na academia, mas ficava óbvio para qualquer um que nos visse juntos, opostos que se completavam perfeitamente, equilibrando cada um dos nossos defeitos com qualidades inesperadas.
A manhã chegou sem que eu tivesse dormido, mas pelo menos eu estava mais calma. Eu me arrumei e coloquei as malas no carro para deixar na casa da minha mãe entes de ir para o salão. Para me manter sob controle, continuei buscando as mais diversas lembranças de nós dois juntos, das felizes até as mais tristes, satisfeita por estas serem muito poucas, enquanto eu era penteada, maquiada e vestida.
O mundo parecia estar em câmera lenta quando as portas da igreja se abriram e a marcha nupcial começou a tocar. Meu olhar primeiro correu até ele no altar vestindo um smoking pela primeira vez na vida sorrindo para mim, para depois notar todos os nossos amigos ali que compartilhavam aquele momento tão especial para nós. Alexei apertou minha mão e beijou minha testa antes que o sermão do padre começasse.
Eu não podia acreditar no quanto eu tinha mudado. Estávamos comemorando exatamente um ano e meio de namoro, o nosso novo apartamento estava praticamente pronto, e as malas e passagem de lua de mel para Veneza já estavam nos esperando para viagem assim que a festa terminasse. Em pouco tempo eu me tornaria oficialmente uma senhora casada. Eu estava tão entretida com isso que nem escutei a tão esperada pergunta!
— E então, o que você diz? — perguntou Alexei baixinho. — Ainda vai aceitar se casar comigo?
Olhei para ele e para o padre que esperava com uma sobrancelha erguida.
— Claro que eu aceito, você é o amor da minha vida!
— Eu os declaro marido e mulher, pode beijar a noiva!
O padre disse as palavras apenas para não quebrar a formalidade, pois antes mesmo que terminasse de falar eu já estava nos braços de Alexei, o único lugar do mundo em que eu me sentia pequenina e ainda sim protegida contra tudo, para que então ele me beijasse, primeiro mais lentamente, para então tornar-se ousado me fazendo rir quando a chuva de arroz e os aplausos nos atingiram.
***
Já tínhamos cumprimentado todos os convidados e cortado o bolo quando finalmente fomos para a pista. Meus pés doíam, mas eu estava feliz demais para reclamar. Passei meus braços ao redor de seu pescoço e ele abraçou minha cintura para dançarmos a música lenta.
— Esse é o dia mais feliz da minha vida — sussurrei em seu ouvido. — Por enquanto. Preciso te contar uma coisa.
— O que foi querida?
— Não seremos apenas nós dois em Veneza. Eu estou grávida.
Primeiro Alexei parou instantaneamente ao ouvir a notícia, mas então riu olhando fixamente para meus olhos. Suas mãos deixaram minha cintura e subiram até estarem no meu rosto contornando meu maxilar.
— Eu sou o homem mais feliz do mundo, pode acreditar nisso!

Eu fechei os olhos quando ele beijou meus lábios e me tirou do chão num rodopio. Naquele instante senti que era como estar voando e era assim que eu queria continuar e sentindo por muito tempo.

NÃO ROUBEM OS CONTO - PLEASE
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO 
:*

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