quinta-feira, 9 de julho de 2015

Conto \♥/

Boa Tarde pessoal .... hoje dia de conto aqui no blog ^^

OS CONTOS É DA GALERA DO FACE ... E EU OS DIVULGO AQUI NO BLOG ....
O CONTO DE HOJE É E VITÓRIA VIANA

NAS TREVAS DE MEMPHIS

Tennesse, Memphis – 1961.
Acabara de chegar de uma viagem calma de Chicago. Nunca pensei estar feliz por ter chegado em Memphis, logo a cidade em que Mabel nasceu. Antes de nosso casório, já sabia a quão nostálgica ela estava de sua querida cidade.
Tudo me cansa neste exato momento. Baixei o jornal que cobria todo meu rosto e ele tinha como centro do papel a seguinte notícia: “Terror em Tennesse - Assaltos aumentam mensalmente nas ruas de Memphis.” Isso era o que me deixava mais aflito, não de minha parte, pois nunca nada me aconteceu, mas Mabel não perdera tempo de se exibir pela cidade, mostrar que estava de volta e claro, usufruir de seus gastos com vestes e outras bobagens que gostava. Ela sabe o que acontece lá fora, mas prefere fechar os olhos e viver a ilusão de sua antiga cidade maravilhosa.
Eu não mostrava tanto entusiasmo naquela noite de quarta-feira. Desacompanhado, a poltrona já não estava mais confortável para mim. O som de minha vitrola soava baixo como eu apreciava de costume. Saí daquele lugar aconchegante, indo em direção ao enorme quadro que estava dependurado à parede. Esse quadro era uma fotografia de família do senhor e da senhora Collins, Mabel e seu irmão mais velho Bill. Não sei por que eu olhara aquele quadro. Por estar sozinho, qualquer coisa me chamava atenção.
A mais clara das cortinas acobertava a imensa janela da sala. Ela se estendia cautelosamente toda vez que eu olhava para ela. Aparentemente depois de me cansar vendo aquele quadro, meu olhar se pôs diretamente à porta. Eu sonhava acordado com a volta inesperada de Mabel. Tinha pequenas alucinações daquela porta se abrindo.
De repente, as lâmpadas do lustre acima da poltrona começaram a piscar sem controle algum. A cortina se estendeu violentamente ao mesmo tempo em que uma queda de luz cobriu toda casa com a escuridão. A vitrola não deixava escapar nenhuma música mais. A porta escancarou num estalo só e meus olhos correram em direção a ela. Também acobertada pela escuridão, não conseguia ver nada na entrada, nem sequer a porta. Mesmo assim, não tirava os olhos dali. Minha mente dava origem a um monte de cenas estranhas e, ao mesmo tempo, imagens e desenhos padrões e coloridos. A escuridão não passava de um quadro negro para se desenhar naquele momento. O estalo soou novamente e um som de um arranhão me dava arrepios, sabendo que a porta estava abrindo cautelosamente. Engoli seco e dei alguns passos à frente não enxergando nada. O silêncio veio de novo, a porta estava realmente aberta. Aberta ao ponto de me expor à rua lá fora naquela escuridão. Naquele momento, começou a subir um arrepio juntamente com o frio vindo de fora, me gelando por dentro. Escorei-me na parede um pouco ofegante. Saí de lá tateando os móveis para encontrar o criado mudo que eu tinha certeza de ter uma vela por lá. Por sorte, eu a encontrei, mas o fósforo não estava lá. Um som de pisada surgiu do meu lado direito e parecia se aproximar. Eu só conseguia pensar no horror que estava passando, ou pior, o horror que Mabel poderia estar passando lá fora. Corri em direção à cozinha abrindo o armário de porta em porta tentando procurar um pires e um fósforo. Com sucesso, os dois foram encontrados. Acendi o fogo desesperadamente, rezando para que nada me acontecesse naquele momento.
Caminhei pela sala devagar para que a vela não se desequilibrasse. Tudo parecia calmo agora, mas o medo continuava comigo. Ainda que amenizasse um pouco, eu ainda o mantinha comigo. O lustre agora estava acima de minha cabeça. Fiquei esperando algo acontecer, mas nada vinha e nada se manifestava. Ouvi um barulho vindo de lá de cima. Agora eu tinha certeza de que alguém estava lá. Estremeci indo para o corredor da porta dos fundos. A porta cheia de vidro e texturas indescritíveis ficava no final do corredor. Nunca sequer a abri, mas agora pensava em abri-la e fugir do meu próprio aposento. A luz da lua refletia na porta, trazendo iluminação para o corredor. Amparei-me na parede mais uma vez, apertava o peito com minha mão direita e, num sopro respirando fundo, apaguei a vela. Com isso, joguei o pires no chão junto à vela. O som do pires batendo no chão soou girando constantemente no piso de madeira aos meus pés. Os passos voltaram a ecoar outra vez. Sentia-os chegar bem perto de mim, pareciam ser múltiplos passos. Corri para o fundo do corredor numa velocidade incontrolável. Quando senti estar perto da porta, me joguei atravessando aqueles vidros. Eles agora não tinham mais texturas padrões de encontro um com o outro, eram apenas cacos jogados ao chão no quintal. Deitado, agonizado pelas dores causadas pelo impacto e pelos cacos de vidro perfurados aleatoriamente ao meu corpo, não percebia nada ao meu redor.
— Mas que raios estão me acontecendo? — Gritei pela dor, inconformado com a situação presente.
Estava começando a chover. A garoa me jogava água no rosto enquanto as gotas aumentavam, ao ponto de quase me lambuzar ao barro do quintal.
Dois vultos passaram a assombrar a parede do corredor. Via de lá fora as sombras trêmulas se aproximando. Eram dois homens bem trajados. Um deles vestia um terno escuro combinando com a gravata e o outro tinha apenas uma camiseta e calça social junto com um suspensório cor-de-vinho. O segundo homem me parecia bem familiar. Eles me olhavam feio. Tentei me levantar sem que me machucasse novamente. Arranquei de minha pele todos os vidros atravessados. Eu trincava os dentes a cada ação. Nenhum deles fizeram nada naquele momento. Percebi então que eles cochichavam olhando para mim. Quando eles menos esperavam, corri dando a volta pela casa e encontrando a entrada novamente. Entrei correndo em direção à cozinha em busca de algo para me defender. Ouvia os dois atrás de mim. Abri a gaveta do faqueiro e puxei a maior faca que havia ali. De repente, passou diante dos meus olhos uma corda bem curta que prensou no meu pescoço, puxando-me para trás e me fazendo cair no chão. A faca caiu em uma distância longe de mim. Prendi os dedos naquela corda, e, sufocado, tentava olhar para um dos estranhos, mas não era possível. A corda ficou frouxa, me livrando daquele perigo, mas mesmo assim, não dera tempo de me levantar. A faca que havia caído comigo já não estava mais lá. Uma punhalada no meu peito fora me dada. Fiquei congelado ao chão. Meu olhar estava tranquilo, mas me agonizava por dentro. Observei em volta de mim a cozinha e o piso frio.
Um dos intrusos se aproximou. Conseguia ver apenas seus pés. Levantei o olhar e algo inesperado me aconteceu. Gemi querendo gritar. Aquele intruso era Bill, irmão de Mabel que havia viajado a trabalho há um ano mais ou menos e nunca dera nenhum recado à família. Ele levava consigo em sua mão direita, uma sacola de dinheiro e na esquerda, um porta-retratos de família.
— Sinto muito Aldric! — Bill se despediu se recolhendo da cozinha me deixando à beira da morte. Não dera nem tempo de entender o que estava acontecendo, fechei os olhos e só enxergava a escuridão da minha mente...

VITÓRIA VIANA ...

TAMBÉM GOSTEI DO CONTO ... 
NOVAMENTE LHES PEÇO QUE NÃO ROUBEM OS CONTOS 
E NADA FOI MODIFICADO NO CONTO, NEM MESMO A VIRGULA :P


ESPERO QUE GOSTEM .... ATÉ A PRÓXIMA 
:*

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